Sem Legenda https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br notícias sobre cinema Thu, 02 May 2019 13:16:55 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Novo filme de Quentin Tarantino vai estrear no Festival de Cannes, em maio https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/05/02/novo-filme-de-quentin-tarantino-vai-estrear-no-festival-de-cannes-em-maio/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/05/02/novo-filme-de-quentin-tarantino-vai-estrear-no-festival-de-cannes-em-maio/#respond Thu, 02 May 2019 13:16:55 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/b976853bec458065cd023528730d7d40ec6563292c3c547c6cd0679f5a296eff_5c9118a817950-e1556801639846-320x159.png https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2060 Faltando pouco mais de dez dias para começar, o Festival de Cannes anunciou um reforço peso pesado na sua programação de 2019. “Era uma Vez em Hollywood”, o aguardado novo longa de Quentin Tarantino, e “Mektoub, My Love: Intermezzo”, de Abdellatif Kechiche, farão parte da seleção principal da mostra francesa, que começa em 14 de maio.

No último dia 18, quando o evento anunciou os filmes que farão parte de sua competição, o diretor artístico Thierry Fremaux tinha se mostrado um tanto desapontado pelo fato de que a nova obra de Tarantino não tinha sido finalizada a tempo de ser exibida. É que o processo de edição de um filme em 35 mm, formato utilizado pelo cineasta, é muito mais lento do que se o material fosse digital.

Mas, pelo visto, o realizador de “Kill Bill” conseguiu apressar a montagem na reta final e, ao que tudo indica, exibirá sua nova produção no dia 21 de maio, data que marca o aniversário de 25 anos da estreia de “Pulp Fiction” (naquele ano, o longa roubou a cena em Cannes e saiu com o prêmio principal do evento, a Palma de Ouro).

“Era uma Vez em Hollywood” rememora os eventos trágicos do verão de 1969, quando a seita comandada por Charles Manson rondou as casas dos ricaços de Los Angeles e assassinou, entre outras pessoas, a atriz Sharon Tate, que estava grávida.

A suposição mais forte é que, embora Tarantino aplique o seu tradicional filtro hiper-violento e estilizado à história, ele não vá ser fiel aos eventos como eles se deram. É mais provável que opte por um final alternativo, como o de “Bastardos Inglórios”.

Margot Robbie é quem interpretará Tate. Mas os papéis principais são de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, que vivem, respectivamente, um ator decadente de televisão e o seu dublê, em meio aos eventos daquele ano.

Além da obra de Tarantino, Cannes receberá o novo filme de Abdellatif Kechiche, outro vencedor da Palma de Ouro, por “Azul É a Cor Mais Quente”. Seu novo filme, “Intermezzo”, é a segunda parte da obra que ele apresentou no Festival de Veneza em 2017 e que fala das jornadas amorosas de um jovem franco-tunisino.

 

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Brasil emplaca drama adolescente e terror em mostra paralela de Cannes https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/04/23/brasil-emplaca-drama-adolescente-e-terror-em-mostra-paralela-de-cannes/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/04/23/brasil-emplaca-drama-adolescente-e-terror-em-mostra-paralela-de-cannes/#respond Tue, 23 Apr 2019 11:43:01 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/Felipe-Quintelas-1-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2053 O Brasil emplacou dois filmes com DNA nacional na Quinzena dos Realizadores, programação paralela ao Festival de Cannes, a mais importante mostra de cinema do mundo. São eles “Sem Seu Sangue”, de Alice Furtado, e “The Lighthouse”, de Robert Eggers.

Em sua estreia na direção de longas, a carioca Furtado conta a história de uma adolescente circunspecta (Luisa Kosovski) que se afeiçoa a um garoto que foi expulso de várias escolas e sofre por ser hemofílico (Juan Paiva) —daí a referência a sangue no título da obra.

Já o americano Eggers, em seu segundo longa-metragem, escala Robert Pattinson e Willem Dafoe numa história fantástica envolvendo o farol de uma ilha misteriosa. O filme tem produção da paulista RT Features, que também esteve envolvida no primeiro longa do diretor, o fenômeno “A Bruxa”, outra trama de horror ambientada na Nova Inglaterra.

Robert Pattinson em ‘The Lighthouse’

A Quinzena, que anunciou os filmes de sua programação na manhã desta terça (23), ainda selecionou os novos trabalhos do filipino Lav Diaz (Ang Hupa), do japonês Takashi Mike (Hatsukoi) e do francês Bertrand Bonello (Zombi Child).

Numa aposta ousada, a mostra também selecionou o filme americano “Wounds”, de Babak Anvari, que é uma produção da Netflix. A escolha é polêmica porque a gigante do streaming é proibida de participar da programação oficial do Festival de Cannes, que se recusa a exibir longas que não passarão nos cinemas.

“Sem seu Sangue” e “The Lighthouse” se somam a quatro títulos já anunciados que também têm participação nacional e integram a seleção oficial do evento francês.

“Bacurau”, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “O Traidor”, que une o diretor italiano Marco Bellocchio à produtora brasileira Gullane, concorrem à Palma de Ouro.

Já na seção Um Certo Olhar disputam “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, do cearense Karim Aïnouz, e “Port Authority”, da californiana Danielle Lessovitz –ambos produzidos pela RT Features.

O Festival de Cannes acontece de 14 a 25 de maio na cidade costeira do sul da França.

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Pôster do Festival de Cannes homenageia legado de Agnès Varda https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/04/15/poster-do-festival-de-cannes-homenageia-legado-de-agnes-varda/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/04/15/poster-do-festival-de-cannes-homenageia-legado-de-agnes-varda/#respond Mon, 15 Apr 2019 14:52:08 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/unnamed-320x213.png https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2045 Festival de Cannes mostrou nesta segunda (15) qual será o pôster da próxima edição do evento, mostra de cinema mais importante do mundo, que começa em maio. O cartaz homenageia a cineasta francesa nascida na Bélgica Agnès Varda, morta há menos de um mês.

A imagem vem dos bastidores da filmagem de “La Pointe-Courte” (1955), primeiro filme da diretora, e a traz se equilibrando nas costas do operador de câmera enquanto ela olha pela lente.

Nonagenária, Varda foi uma das pioneiras da nouvelle vague e raro nome feminino dentro do movimento. Ela também foi figura fácil no Festival de Cannes, tendo concorrido à Palma de Ouro com “Cléo das 5 às 7” (1962).

Em 2017, venceu o prêmio de melhor documentário da mostra com seu “Visages Villages” e, no ano passado, esteve na marcha das mulheres no tapete vermelho, ao lado de Cate Blanchett.

A seleção deste ano será anunciada no próximo dia 18. Os novos filmes de Quentin Tarantino, de Pedro Almodóvar e dos irmãos Dardenne são alguns dos títulos cotados a fazer parte da programação. O filme de abertura, já anunciado, será “The Dead Don’t Die“, de Jim Jarmush.

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Tarantino divulga trailer de seu novo filme com Brad Pitt e Leonardo DiCaprio https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/03/20/tarantino-divulga-trailer-de-seu-novo-filme-com-brad-pitt-e-leonardo-dicaprio/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/03/20/tarantino-divulga-trailer-de-seu-novo-filme-com-brad-pitt-e-leonardo-dicaprio/#respond Wed, 20 Mar 2019 14:06:55 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/b976853bec458065cd023528730d7d40ec6563292c3c547c6cd0679f5a296eff_5c9118a817950-e1556801639846-320x159.png https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2037 “Uma sensação de medo e paranoia desceu sobre a cidade como uma nuvem repleta de correntes de choque e inquietação.”

É como o jornalista americano Peter Biskind descreve o verão de 1969 em Los Angeles, mais especificamente o rescaldo do assassinato da atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, e mais três amigos. Eles foram esfaqueados por membros da trupe de Charles Manson. A descrição aparece em “Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock N’Roll Salvou Hollywood”.

E é nesse vespeiro que o cineasta Quentin Tarantino resolveu enfiar sua mão com seu nono filme, “Era uma Vez em Hollywood”, que, ao que tudo indica, fará sua estreia no próximo Festival de Cannes, em maio. O trailer foi divulgado na manhã desta quarta (20).

As imagens mostram Leonardo DiCaprio e Brad Pitt no papel de um ator de televisão falido e seu dublê, respectivamente. Os dois tentam reavivar o sucesso de outras eras em meio aos acontecimentos que bagunçaram a Califórnia naquele verão.

Margot Robbie é quem dará vida a Tate, na época casada com o cineasta polonês Roman Polanski. Também aparece Damon Herriman no papel de Manson, o psicopata e líder da seita que assassinou a atriz e seus amigos.

Como bem notado pelo site Slash Film, detalhes do trailer sugerem que Tarantino irá reescrever a história daqueles acontecimentos, assim como o fez em “Bastardos Inglórios”, que inventa que os americanos assassinaram Hitler num cinema.

É que nas cenas, Robbie não aparece grávida. Estaria, então, o diretor querendo livrar a personagem do destino trágico que ela teve na vida real? E mais, excluindo menções a Polanski, hoje chamuscado por acusações de estupro de menores de idade e alvo do movimento #MeToo?

Tudo leva a crer que sim. Até porque Debra Tate, irmã de Sharon, havia manifestado indignação quando soube que fariam um filme sobre o assassinato que completa 50 anos neste ano. Mas convidada a ler o roteiro, ela mudou de ideia e afirmou que “o filme não é o que as pessoas esperam quando se combina os nomes de Tarantino e Manson”.

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Filme sobre Olavo de Carvalho será exibido em hotel de Donald Trump https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/03/13/filme-sobre-olavo-de-carvalho-tera-sessao-em-hotel-de-donald-trump/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/03/13/filme-sobre-olavo-de-carvalho-tera-sessao-em-hotel-de-donald-trump/#respond Wed, 13 Mar 2019 15:09:34 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/13263890_894000357396254_8276125195385079371_n-e1480533829610-180x71.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2028 O documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o filósofo conservador Olavo de Carvalho, terá uma exibição privada no auditório do Trump International Hotel, empreendimento do presidente americano na cidade de Washington.

A sessão, marcada para o próximo sábado (16), terá a presença do retratado e do ex-estrategista do mandatário republicano, Steve Bannon. É o que diz o convite.

Diretor do longa, o pernambucano Josias Teófilo afirma que a exibição especial se dará “por ocasião da visita do presidente Bolsonaro a Donald Trump“. Ainda segundo ele, o embaixador brasileiro, outros diplomatas ministros comparecerão ao evento. Fernando Azevedo (Defesa), Sergio Moro (Justiça)Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência) estão entre os cotados da comitiva.

Todo filmado na casa do filósofo, o documentário reúne o que o cineasta chama de “biografia intelectual” do pensador paulista em entrevistas conduzidas pelo jornalista Wagner Carelli –o título do longa é homônimo do livro lançado em 1995 por Carvalho, no qual teoriza que o Estado, independentemente de sua roupagem, sempre tenta ampliar seus domínios.

As conversas são pontuadas por entrevistas antigas de Carvalho e cenas de filmes como “Ivan, o Terrível”, de Eisenstein, e “No Tempo das Diligências”, de John Ford.

Mas o foco são as falas do filósofo, sem exibir contrapontos a suas ideias. Quando questionado sobre as origens de seus interesses intelectuais, diz que se preocupava com o sofrimento humano.

Lançado em 2017 no Brasil, o filme enfrentou controvérsias.

Ao ser escalado, em maio daquele ano, para compor o festival Cine PE, no Recife, motivou um protesto de outros cineastas que também participariam da mostra e que se retiraram da programação contra o que chamaram de “discurso partidário alinhado à direita” da organização. O festival acabou adiado.

Em novembro do mesmo ano, outra polêmica. Ao ser exibido na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, provou um racha com estudantes de esquerda, que organizavam um evento paralelo. As discussões terminaram em pancadaria.

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Diretora brasileira critica Sergio Moro e Bolsonaro ao vencer prêmio em Berlim https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/02/16/diretora-brasileira-critica-sergio-moro-e-bolsonaro-ao-vencer-premio-em-berlim/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/02/16/diretora-brasileira-critica-sergio-moro-e-bolsonaro-ao-vencer-premio-em-berlim/#respond Sat, 16 Feb 2019 12:35:50 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/201917603_2-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2022 O documentário brasileiro “Espero tua (Re)Volta”, de Eliza Capai, foi o vencedor do prêmio concedido pela Anistia Internacional, que todo ano seleciona o que julga ser o melhor filme do Festival de Berlim. A obra acompanha as ocupações de escolas secundaristas paulistanas por adolescentes em 2015.

Emocionada, a diretora disse que, nem em seus piores pesadelos, imaginaria que o filme estrearia num momento como o da atual política nacional. Ela criticou Jair Bolsonaro e Sergio Moro no palco. “A imagem de Lula e a de Marielle Franco são faces das injustiças, faces desse governo”, disse.

O Brasil também é um dos países coprodutores de “Breve Historia del Planeta Verde”, do argentino Santiago Loza. A obra foi escolhida como o melhor longa de ficção pelo prêmio Teddy, que consagra obras de temáticas LGBT em Berlim. O “road movie” fala de como uma garota transexual se junta a dois amigos para transportar um alienígena pelo interior da Argentina.

Na noite deste sábado (16) ainda serão conhecidos os vencedores do Urso de Ouro e dos demais prêmios concedidos pelo júri internacional.

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Após ataques, embaixada brasileira cancela recepção a cineastas em Berlim https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/02/04/embaixada-brasileira-cancela-recepcao-a-cineastas-no-festival-de-berlim/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/02/04/embaixada-brasileira-cancela-recepcao-a-cineastas-no-festival-de-berlim/#respond Mon, 04 Feb 2019 19:50:46 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/3c48660cdd619210c1e1844d59e2ea96db1e9fc5c780ce672d6f6e14af407ba1_5bff0b40d972a-e1548103634580-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=2004 A embaixada brasileira na capital alemã cancelou a sua tradicional recepção a cineastas, feita todos os anos durante o Festival de Berlim. Segundo um agente de vendas de filmes que pediu para não ser identificado, funcionários da missão diplomática telefonaram para informar sobre o cancelamento.

Assim que a informação começou a circular nas redes sociais, houve quem suspeitasse de que a decisão se deu em razão de filme “Marighella” ser um dos representantes nacionais na mostra de cinema. O longa, dirigido por Wagner Moura, conta a trajetória do guerrilheiro baiano que lutou contra a ditadura militar, figura malquista no governo Bolsonaro.

Folha procurou o Ministério das Relações Exteriores, que confirmou o cancelamento, mas não informou a justificativa.

O Festival de Berlim é uma das mais tradicionais mostras de cinema do mundo e começa no próximo dia 7. Todo ano, a sede da representação brasileira na Alemanha realiza um coquetel e convida cineastas e jornalistas que estão no evento para participar do evento.

A embaixada foi alvo de ataques duas vezes neste ano. Na primeira vez, em 5 de janeiro, o prédio teve suas vidraças pichadas com os dizeres: “Lutaremos contra o fascismo no Brasil”. Na segunda vez, no último dia (1º), manifestantes anônimos despejaram tinta rosa na fachada.

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México pode levar quinto Oscar de direção nos últimos seis anos https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/23/mexico-pode-levar-quinto-oscar-de-direcao-nos-ultimos-seis-anos/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/23/mexico-pode-levar-quinto-oscar-de-direcao-nos-ultimos-seis-anos/#respond Wed, 23 Jan 2019 14:40:32 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/MV5BM2RkMWIxZDUtMTg4My00MWI5LWI2ODMtODkwYjU4MWFjNDE4XkEyXkFqcGdeQXVyMTA2ODMzMDU@._V1_SY1000_SX1600_AL_-e1548254303182-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=1998 Editor do Guia Folha, e um dos grandes “oscarólogos” da Redação, o jornalista Sandro Macedo atenta para um detalhe importante nesta edição da maior premiação hollywoodiana.

No último quinquênio, cineastas mexicanos –mais precisamente a trinca de amigos Cuarón-Del Toro-Iñárritu– venceram quatro vezes na categoria de direção. Com “Roma”, o México pode conquistar a quinta estatueta dos últimos seis anos.

A seguir ele explica melhor esse feito no Oscar.

Se Donald Trump levantar um muro na fronteira entre Estados Unidos e México, um dos grandes perdedores seria Hollywood.

Diretores do país latino estão dominando a categoria do Oscar nesta década. Nos últimos cinco anos, foram quatro estatuetas. E Alfonso Cuarón larga como favorito por seu trabalho no superelogiado “Roma”, produção da Netflix.

Foi o próprio Cuarón que iniciou a vitoriosa era mexicana na categoria com “Gravidade”, que lhe rendeu a estatueta em 2014. O longa protagonizado por Sandra Bullock foi o recordista de Oscar daquele ano, com sete troféus, mas perdeu o principal para “12 Anos de Escravidão”, de Steve McQueen —que é britânico, não americano.

No ano seguinte foi a vez de Alejandro González Iñárritu surpreender com seu “Birdman”. O filme não era visto como favorito quando saíram as indicações, mas derrotou “Boyhood” na reta final para ficar com os Oscar de filme e direção, além de mais dois.

Mais uma vez Iñárritu se sagrou vencedor em 2016, com “O Regresso”, filme mundialmente conhecido como “aquele que rendeu o Oscar a Leonardo DiCaprio”. Na ocasião aconteceu o contrário do ano anterior e “O Regresso”, que parecia favorito, foi atropelado por “Spotlight – Segredos Revelados” na categoria principal.

O ano de 2017 deve ter sido de sabático para os mexicanos. Assim, depois de muito tempo, um americano voltou a levar a estatueta de direção. No caso, Damien Chazelle, pelo musical “La La Land”. Na categoria de melhor filme, “La La Land” também venceu, mas só por alguns segundos. A estatueta ficou mesmo com “Moonlight”, de Barry Jenkins.

Curiosamente, Chazelle e Jenkins, que levaram praticamente todos os prêmios há duas temporadas, têm seus filmes representados no Oscar deste ano, mas sem o mesmo glamour. Jenkins dirige “Se a Rua Beale Falasse” enquanto Chazelle comanda “O Primeiro Homem”, ambos fora da disputa principal.

Já no ano passado foi a vez de um outro mexicano se juntar a la fiesta. Guillermo del Toro conquistou a estatueta de direção por “A Forma da Água”, fantasia que também ficou com o prêmio de melhor filme.

Desta vez, a chance de os Estados Unidos ficarem mais um ano sem o Oscar de direção é de 60% segundo os matemáticos de plantão. Além do favorito Cuarón, a categoria tem um polonês (Pawel Pawlikowski, por “Guerra Fria”) e um grego (Yorgos Lanthimos, por “A Favorita”). Do outro lado, a honra americana será defendida por Spike Lee (“Infiltrado na Klan”) e Adam McKay (“Vice”).

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Brasileiro leva filme sobre distopia evangélica para Festival de Berlim https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/21/brasileiro-leva-filme-sobre-distopia-evangelica-para-festival-de-berlim/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/21/brasileiro-leva-filme-sobre-distopia-evangelica-para-festival-de-berlim/#respond Mon, 21 Jan 2019 20:50:09 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/3c48660cdd619210c1e1844d59e2ea96db1e9fc5c780ce672d6f6e14af407ba1_5bff0b40d972a-e1548103634580-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=1994 O filme nacional “Divino Amor”, que já havia sido selecionado para a programação do Festival Sundace, integrará também o line-up da mostra Panorana, uma das seções do Festival de Berlim. A obra do pernambucano Gabriel Mascaro (“Boi Neon”) imagina um Brasil tomado por evangélicos e uma escrivã que tenta dissuadir divórcios em nome da manutenção da família tradicional.

Em entrevista concedida à Folha, quando seu filme anunciado em Sundance, o diretor afirmou de trata de “um filme que especula sobre o futuro para entender o presente”. “Ali, a confusão entre Estado e religião é ainda mais forte do que hoje.”

Na trama, ambientada num futuro próximo, a celebração mais importante do país deixou de ser o Carnaval para se tornar uma tal Festa do Amor Supremo. Dira Paes interpreta a funcionária do cartório que conduz casais a uma terapia reconciliatória no grupo Divino Amor, que dá nome à obra.

A mostra alemã, uma das mais importantes do calendário, acontece de 7 a 17 de fevereiro.

Na seção Panorama, “Divino Amor” estará junto de outros dois títulos brasileiros: “Greta”, de Armando Praça, e “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, já previamente anunciados. Já na programação principal, o país é representado por “Marighella”, cinebiografia sobre o guerrilheiro dirigida por Wagner Moura.

O país também está presente na seção Forum, com filmes menos convencionais e mais experimentais. Ali, são três os títulos: “Chão”, de Camila Freitas, “Querência”, de Helvécio Marins Jr., e “A Rosa Azul de Novalis”, de Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro.

 

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‘Green Book’ pode cair fora da corrida do Oscar após polêmica sexual e religiosa https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/10/green-book-pode-cair-fora-da-corrida-do-oscar-apos-polemica-sexual-e-religiosa/ https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/2019/01/10/green-book-pode-cair-fora-da-corrida-do-oscar-apos-polemica-sexual-e-religiosa/#respond Thu, 10 Jan 2019 18:37:08 +0000 https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/MV5BMjYyZDYzMzQtYzVlOS00OGE3LWEwM2ItMzMyYzAzOWUyM2NlXkEyXkFqcGdeQXVyNTc5OTMwOTQ@._V1_SY1000_CR0015541000_AL_-e1547144893591-320x213.jpg https://semlegenda.blogfolha.uol.com.br/?p=1981 Na última segunda-feira (7) escrevi um texto de opinião da Ilustrada sobre a hipocrisia por trás da premiação de “Green Book” como melhor filme de comédia no Globo de Ouro. Em linhas gerais, defendi que soa demagógico que, com tantos bons longas sobre questão racial, a associação de imprensa de Hollywood tenha eleito justamente o mais anódino, o mais condescendente e o único dirigido por um cineasta branco.

Dias após a premiação, começaram a pipocar duas controvérsias envolvendo os realizadores da produção que só corroboram a tese de que “Green Book” é uma obra vazia e –por que não?– interesseira. Parece quer lucrar pegando carona no marketing do bom-mocismo, abastecido pela grita de movimentos como o #MeToo e o Black Lives Matter, mas os responsáveis pelo filme não têm lastro para levantar essa bandeira. Muito pelo contrário.

A primeira das polêmicas, de ordem religiosa, envolve o roteirista do filme. Em 2015, Nick Vallelonga escreveu no Twitter, concordando com uma mensagem de Donald Trump, que muçulmanos do estado de Nova Jersey, vizinho a Nova York, haviam aplaudido o atentado terrorista ao World Trade Center.

Para um filme que se vende como um manifesto pró-integração étnica, soa bastante contraditório que o seu autor tenha uma opinião dessas. Até porque Mahershala Ali, que interpreta um dos personagens principais de “Green Book”, é muçulmano.

A história do filme é inspirada num caso real envolvendo o pai de Vallelonga. O sujeito, um brucutu ítalo-americano que trabalhava em boates da máfia em Nova York, resolve aceitar o trabalho de chofer para um jazzista negro e gay em turnê pelo Sul dos Estados Unidos. O problema é que tudo se deu no início dos anos 1960, época da segregação racial naqueles rincões. O longa, com pegada motivacional, faz uma ode a essa união entre o motorista branco e o passageiro negro lançando mão de uma irrealista pieguice que lembra a de “Conduzindo Miss Daisy”.

A outra polêmica envolvendo o filme, dessa vez de cunho sexual, está ligada ao diretor da obra, Peter Farrelly. Em uma reportagem publicada pela revista Newsweek em 1998, e que voltou à tona agora, traz uma declaração da atriz Cameron Diaz afirmando que o cineasta costumava assediá-la, mostrando seu pênis, durante as gravações de “Quem Vai Ficar com Mary?”.

Um parênteses: Sim, antes de se render ao marketing da boa causa, Farrelly era mais conhecido por dirigir comédias politicamente incorretas, como “O Amor É Cego” e “Eu, Eu Mesmo e Irene”.

O diretor publicou um pedido de desculpas. “Eu fui um idiota. Fiz isso décadas atrás, achando que estava sendo engraçado, e a verdade é que estou envergonhado. Sinto muito.”

Na esteira de movimentos identitários, que cada vez fazem uma pressão maior sobre a indústria, vai ficar difícil que “Green Book” continue em alta na temporada de premiações.

Ao menos, que sirva para abrir os olhos diante de certa hipocrisia por trás de algumas escolhas das grandes premiações e de um discurso que se diz engajado, “ma non troppo”, como o dos organizadores do Globo de Ouro.

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