Obra que marca o retorno de Steve McQueen às telonas após “12 Anos de Escravidão”, o thriller “As Viúvas” irá abrir o Festival do Rio, em 1º de novembro.

A produção, que estreou em  Toronto, perpassa as tensões raciais e sociais na Chicago contemporânea. Viola Davis, vencedora do Oscar por “Cercas”, interpreta Veronica, que perde o marido, um assaltante, em confronto com a polícia. Ela se junta, então, às viúvas dos demais capangas para tentar reaver o butim.

O anúncio de que o longa abrirá o festival sepulta os rumores de que o evento pudesse não ocorrer neste ano, por falta de verbas.

A mostra carioca de cinema, uma das mais importantes do calendário brasileiro, estampou o noticiário cultural dos últimos meses por causa de sua indefinição. Inicialmente programado para ocorrer na primeira quinzena de outubro, o evento foi adiado, o que alimentou no setor a probabilidade de que ele talvez nem acontecesse.

Isso porque, acontecendo após a Mostra de SP, o festival carioca perderia um de seus maiores trunfos, que é a possibilidade de exibir estreias nacionais na seção chamada Première Brasil.

Ainda não está certo, contudo, se no Rio só serão exibidos filmes nacionais inéditos ou se o evento abrirá mão da exclusividade e programará também títulos que passaram por São Paulo.

Afetados pela crise econômica, que afugentou patrocinadores, ambos os festivais cinematográficos sofreram baques em anos recentes.

Em 2016, o evento fluminense enxugou sua programação e sua duração (passou de 320 filmes nacionais e estrangeiros em 15 dias para 250 longas em 11). No ano passado, a programação manteve o total de 250 títulos, mas o orçamento total do festival foi reduzido em cerca de um quarto de milhão de reais com a saída da prefeitura do Rio entre os patrocinadores.

Já o cobertor do festival paulista começou a ficar mais curto a partir de 2015. Naquele ano, o orçamento foi reduzido em cerca de 30% na comparação com o anterior, que havia sido de R$ 6 milhões.