Robert Pattinson desconstrói convenções do faroeste em ‘Damsel’

Intrigante o caminho que o ex-vampiro Robert Pattinson tem traçado para a sua carreira. Depois de ter seu melhor papel como o bandido mequetrefe Connie em “Bom Comportamento”, ele ousa mais uma vez e se sai bem com o western cômico “Damsel”.

Depois de ter sido exibido em Sundance, “Damsel” estreou na competição pelo Urso de Ouro no Festival de Berlim, na manhã desta sexta (16). Aqui, mais uma vez, Pattinson é dirigido por dois irmãos diretores, a dupla David e Nathan Zellner –em “Bom Comportamento” eram os irmãos Benny e Josh Safdie.

Tudo é invertido em “Damsel”, filme que desvirtua todas as convenções do gênero do faroeste: o deserto é colorido, as mocinhas nem são tão indefesas assim e os caubóis nem tão heroicos.

Caso de Pattinson aqui, que interpreta Samuel, sujeito que parte para o oeste para resgatar a noiva sequestrada, vivida pela australiana Mia Wasikowska. Acontece que ela talvez tenha outros planos, mas contar demais seria estragar a surpresa.

“Nos faroestes, as mulheres sempre são representadas como desejo ou objeto decorativo”, disse David Zellner em conversa com a imprensa. “Mas nos queríamos trazer mais complexidade.”

Os irmãos Zellner são pródigos em desconstruir as convenções e quebrar as expectativas do público, como já mostrava o originalíssimo “Kumiko, a Caçadora de Tesouros” (2014), drama indie em que uma mulher japonesa toma o filme “Fargo” como verdadeiro e sai em busca do dinheiro mostrado naquela trama.

Na foto acima, Robert Pattinson e Nathan Zellner em cena de ‘Damsel’ (Divulgação).

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O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do festival