Diretores brasileiros se voltam para a ficção científica

GUILHERME GENESTRETI

A próxima fronteira do cinema brasileiro é a ficção científica. Fábio Baldo e Sérgio Andrade, diretores do drama “Antes o Tempo Não Acabava” –que estreou em Berlim–, querem investir no gênero, cada um com um longa.

“Doce Inferno na Galáxia”, de Baldo, trata de uma família que compra um sítio no interior paulista e descobre estranhos fenômenos. A trama faz crítica ao agronegócio apoiado nos transgênicos e nos agrotóxicos. Ele prevê as filmagens para 2018.

Nascido e criado em Monte Azul Paulista, o diretor de 32 anos cita como referência produções dos anos 1980, vistas em seu tempo de “cinéfilo de videolocadora”. Ele enumera: Spielberg, John Carpenter e James Cameron. A produção é de Mayra Lucas e Andy Malafaia.

Andrade quer filmar entre o fim de 2017 e o começo de 2018 o longa “A Terra Negra dos Kawa”. Com estética que lembra o documental, vai tratar de um grupo indígena das cercanias de Manaus que cultiva uma terra com poderes agrícolas e curativos, despertando a cobiça de cientistas.

Sobre a coincidência temática com seu parceiro, Andrade diz: “Parece curioso, mas é natural, porque o que nos uniu foi o gosto por filmes com alguma estranheza”.

Na foto acima, um “still” do projeto de “A Terra Negra dos Kawa”.

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Ala da direita Depois de “O Jardim das Aflições”, documentário sobre Olavo de Carvalho, o diretor pernambucano Josias Teófilo já mira outra personalidade muito querida da direita para seu novo filme: o humorista Danilo Gentili.

Ala da direita 2 O filme será feito em parceria com o conterrâneo Daniel Aragão (“Boa Sorte, Meu Amor”), hoje um desafeto da turma de Kleber Mendonça Filho. Aragão não dá detalhes do novo projeto: “A ideia é muito arrojada e queremos filmar sem que ninguém saiba o que será”, diz.

Ala da direita 3 Já “O Jardim das Aflições”, Teófilo espera lançar no Brasil em abril.
Abre-alas O diretor Luiz Carlos Lucena roda neste mês “Os Reis do Carnaval”, segunda parte de sua trilogia sobre a folia, agora abordando mestres-salas e porta-bandeiras.

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// CARA DE MAU Juliano Cazarré viverá o pirata Perna de Pau, que sequestra Maribel (Lola Belli) no filme ‘Pluft’, de Rosane Svartman, baseado na peça de Maria Clara Machado (Créditos: Divulgação)

 

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Ala do fundão “Bizarros Peixes das Fossas Abissais” foi contemplado com R$ 765 mil da Ancine. Na animação adulta de Marcelo Marão, uma turma que inclui uma tartaruga desbocada e uma nuvem com incontinência empreende uma jornada ao fundo do oceano.

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Alamedas A Ancine também concedeu R$ 954 mil para “Lili e as Libélulas”, drama de René Guerra sobre uma mulher que sai em busca de uma travesti nas ruas de São Paulo.