Suzana Amaral vai retomar filmagens de ‘O Caso Morel’ após 20 anos

Aos 84, a cineasta paulista Suzana Amaral (“A Hora da Estrela”) quer retomar um projeto antigo: levar o romance“O Caso Morel”, de Rubem Fonseca, às telas do cinema.

Em janeiro de 1997, ela quase pôde: o longa foi interrompido a apenas uma semana das filmagens. “Os cheques começaram a voltar, a produtora disse que não teríamos o dinheiro”, lembra a diretora.

O novo projeto, encampado agora pela BossaNovaFilms, acaba de receber aporte de US$ 250 mil de um edital de coprodução Brasil-Argentina operado pela Ancine e pelo Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales.

Suzana pretende rodá-lo em 2017. “Não gosto de deixar minhas ideias soltas no ar, de não realizá-las”, diz, sobre a retomada do filme.

Na nova versão, Júlio Andrade e Alexandre Nero farão os personagens principais da trama, sobre o encontro entre um investigador e um artista acusado de matar a namorada. “O tema principal é oportuno: impunidade”, diz a cineasta de produção bissexta.

Em 1985, seu “A Hora da Estrela” concorreu ao Urso de Ouro, no Festival de Berlim. (Créditos da imagem: Gustavo Epifânio/Folhapress)

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Hermanos Além de “O Caso Morel”, outros três projetos de longa foram contemplados no edital Brasil-Argentina da Ancine e do Incaa: “Solar Scenarium”, de Pena Cabreira e Claudio Fagundes, “A Família Submersa”, de Maria Alché, e “Rojo”, de Benjamin Naishtat.

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Hermanas Evaldo Mocarzel está finalizando um filme com Vera Holtz. “As Quatro Irmãs” é um “exercício de autoficção” com a atriz, diz o diretor. Vera por vezes interpreta a mãe, noutras é ela mesma. O docudrama, que retrata ainda as três irmãs da atriz, foi gravado no casarão centenário em Tatuí (SP) onde elas cresceram.

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LOUCO POR VOCÊ Luis Lobianco faz um fã fissurado em ‘TOC —Transtornada, Obsessiva, Compulsiva’, de Paulinho Caruso e Teodoro Poppovic, que estreia em 2 de fevereiro (Créditos: Fabio Braga/Divulgaçã0)

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Menino no Oscar

O brasileiro “Menino 23”, um dos 144 documentários finalistas para disputar o Oscar, já iniciou sua campanha.

Caso raro para um documentário nacional, conseguiu cravar estreia em solo americano: em dezembro, no Cinema Village, em Nova York, e no Laemmle Music Hall, em Los Angeles. O diretor Belisário Franca está nos EUA —no último dia 29, ele debateu depois de sessão promovida na Universidade Stanford.

O longa, produção da Grios em parceria com Globonews e Globo Filmes, trata do caso de meninos negros que foram escravizados nos anos 1930 por simpatizantes do nazismo.

COLABOROU MARIA LUÍSA BARSANELLI