‘Fiz um filme para o Brasil’, diz Anna Muylaert, esnobada no Globo de Ouro

GUILHERME GENESTRETI

O Brasil conseguiu o êxito de figurar em duas categorias no próximo Globo de Ouro –melhor série dramática (“Narcos”) e melhor ator em seriado de drama (Wagner Moura, com “Narcos”). Mas “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert, ficou de fora da disputa.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta (10). A premiação será no dia 10 de janeiro.

A ausência pode enfraquecer o cacife do filme para uma disputa no Oscar, mas é bom lembrar que os membros de cada uma das premiações não são os mesmos. Enquanto o Globo de Ouro é dado pela Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, formada por cerca de 90 jornalistas não americanos sediados em Los Angeles, o Oscar é concedido pela Academia de Artes Cinematográficas, ou seja, membros da própria indústria do cinema.

Nas redes sociais, Anna Muylaert postou um comentário sobre a “esnobada” que recebeu dos correspondentes. Escreveu que vai aguardar a chamada “shortlist” do Oscar (a lista com finalistas entre os indicados) com menos expectativa –“O que é muito positivo”, segundo ela.

“Da minha parte, quero dizer que fiz um filme brasileiro para o público brasileiro com a ideia de gerar reflexões importantes na nossa sociedade e acho que conseguimos. Já tivemos inúmeras glórias internacionais que não estavam previstas. E não estar na lista do Globo de Ouro não muda em nada a beleza do caminho que este filme já traçou. Agora iremos aguardar a shortlist do Oscar com menos expectativa o que é muito positivo. Sabemos que a lista do Globo de Ouro não é igual a do Oscar por isso ainda temos alguma chance. Mas seja lá o que aconteça, continuarei no chão, que é meu lugar favorito na Terra. Obrigada a todos pela torcida!”

 

A cineasta Ana Muylaert, de "Que Horas Ela Volta?'. Créditos: Eduardo Knapp/Folhapress
A cineasta Ana Muylaert, de “Que Horas Ela Volta?’. Créditos: Eduardo Knapp/Folhapress