Ney Matogrosso e Cauã Reymond contracenam em adaptação de livro

GUILHERME GENESTRETI

Após participar de “Ralé”, de Helena Ignez, o cantor Ney Matogrosso volta a atuar no filme “Curva de Rio Sujo”, agora contracenando com o ator Cauã Reymond. O longa, previsto para estrear em 2016, é o primeiro voo solo do diretor Felipe Bragança, que já havia codirigido com Marina Meliande as obras “A Alegria” (2010) e “A Fuga da Mulher Gorila” (2009).

“Curva de Rio Sujo” é adaptado de romance homônimo escrito por Joca Reiners Terron, obra que mistura registros autobiográficos sobre a infância e a juventude do autor em Mato Grosso.

Ambientado na fronteira com o Paraguai, o filme teve cenas rodadas na cidade de Bela Vista (MS). Cauã faz o papel do filho de um fazendeiro que se envolve num violento conflito de terras da região, Neymatogrosso vive o capataz de uma dessas fazendas.

Ao Sem Legenda, Bragança conta que quis fazer um filme que lidasse com o seu imaginário infanto-juvenil dos anos 1980, mas transposto ao Brasil dos dias de hoje. “Li o livro de Joca Terron e tive certeza de que era a fonte ideal dessas imagens”, conta.

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Ney Matogrosso e Cauã Reymond em cena de “Curva de Rio Sujo”, de Felipe Bragança. Créditos: Divulgação

Bragança diz que a verve cheia de “paixão e raiva da raiva juvenis” contida na narração do livro o arrebatou e nutriu “a vontade de me jogar em uma aventura perigosa”.

Isso também influenciou na escolha por se arriscar num trabalho solo, ainda que, segundo conta, Marina Meliande sempre será uma parceira criativa.

“A opção  foi um movimento natural desse espírito de investigar meus fantasmas de aventura juvenil masculina, os baús dos desejos da descoberta e coragem.”

Roteirista de “O Céu de Suely” e “Praia do Futuro”, ambos de Karim Aïnouz, Bragança já exibiu em Cannes seu “A Alegria”. Quando instado a comparar o novo longa com os anteriores, ele responde:

“Talvez seja meu primeiro filme feito em forma de prosa e não de ensaio poético, como foram meus dois primeiros. “A Fuga” e “A Alegria” são dois pequenos livros de poemas. “Curva de Rio Sujo” aponta para ser um pequeno romance de aventura.