Sem holofote de globais ‘Vai que Cola’ crava maior abertura nacional do ano

GUILHERME GENESTRETI

Nem Matt Damon e seu blockbuster “Perdido em Marte” foram páreos para os berros de Paulo Gustavo.

Seu “Vai que Cola”, adaptação cinematográfica do seriado homônimo da TV paga, cravou a maior abertura de um filme nacional do ano: em apenas duas semanas em cartaz já foi visto por 1,9 milhão de pessoas. E é bem capaz que Paulo Gustavo acorde na sexta-feira com 2 milhões.

Por enquanto está em quarto lugar no ranking brasileiro de lançamentos, atrás das comédias (“Loucas pra Casar”: 3,7 milhões, e “Meu Passado me Condena 2”: 2,6 milhões de público) e do infantil “Carrossel” (2,5 milhões). A diferença é que esses três filmes tiveram muito mais do que duas semanas para atingir esse número.

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Paulo Gustavo em cena de “Vai que Cola — O Filme”

Num ano em que mais uma vez as comédias vêm dominando o ranking nacional, uma tendência se firma: não apenas atores globais são chamarizes de público. Uma nova geração de comediantes, vindos de outros meios que não a televisão aberta, passam a ser aposta certa dos produtores. Paulo Gustavo e a trupe de “Vai que Cola” se firmaram na TV paga (o seriado é exibido no canal a cabo Multishow), Fábio Porchat (de “O Passado me Condena 2”) é mais reconhecido pelo trabalho na internet.

“As pessoas ainda não percebem esse dado novo, que é a força da internet: um cara como o Paulo Gustavo tem uma legião de seguidores”, diz Luiz Noronha, produtor do filme. Ele afirma que ficou um pouco assustado por ter lançado o longa sem ser escorado por uma entidade como a GloboFilmes, por exemplo. “Dava um medinho.”

O rosto de Paulo Gustavo também estampa uma de cada seis salas de cinema do país: mais de 624, de um total de 2.900.

“O mercado está diferente hoje, está mais voraz: os lançamentos têm de ser maiores para fazer público em menos tempo”, diz Noronha. Ele atribui o sucesso ao que considera uma campanha inovadora, que não encara a TV aberta como principal plataforma de divulgação do longa.

“E ao elenco, claro”, completa. “O filme tem o protagonismo do Paulo Gustavo, mas todo o elenco é engraçado e tem função. Era algo que o Brasil não vinha desde ‘Os Trapalhões’.”