’50 Tons’ estreia em mais de um terço das salas do Brasil

GUILHERME GENESTRETI

Se você for ao cinema neste fim de semana, é bem capaz que tope com o pôster do blockbuster americano “Cinquenta Tons de Cinza”, de Sam Taylor-Johnson.

É que o filme estreará em 1.090 salas do do Brasil, segundo a sua distribuidora. Isso equivale a 38,5% das 2.830 existentes em todo o país.

Já era esperado que o filme baseado no best-seller homônimo tivesse um lançamento assim tão grande: os ingressos para as pré-estreias haviam se esgotado com dias de antecedência, conforme  já havia sido noticiado aqui.

Jamie Dornan e Dakota Johnson em cena do filme 'Cinquenta Tons de Cinza'. Créditos: Divulgação
Jamie Dornan e Dakota Johnson em cena do filme ‘Cinquenta Tons de Cinza’. Créditos: Divulgação

 

Mas uma estreia assim bombástica traz de volta a discussão sobre a cota de títulos nos cinemas brasileiros: no final do ano passado, após uma acalorada discussão adiantada nas páginas da Folha, a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e representantes do setor cinematográfico chegaram a um acordo que limitou a ocupação de salas por um mesmo filme.

O estopim foi a estreia de “Jogos Vorazes:  A Esperança–Parte 1”, que estreou em quase metade do parque exibidor nacional. O próprio presidente da Ancine, Manoel Rangel, havia declarado que o lançamento era “predatório“, porque impedia a exibição de uma variedade de filmes.

O que ficou acertado no acordo é que, a partir de 2015, um único título não pode ocupar mais do que duas salas em complexos de até seis delas. Nos casos dos espaços multiplex com mais de seis salas, o teto não poderá ultrapassar 35%. Os cinemas que descumprirem a norma são obrigados a apresentar alguma compensação, como exibir filmes nacionais por mais tempo no ano.

A forma como os cinemas se dobrarão para obedecer a cota no caso de “Cinquenta Tons” –e se a Ancine irá monitorar o seu cumprimento– será determinante para o desempenho do cinema nacional e para a própria variedade da oferta de filmes em 2015. Ainda mais num ano repleto de blockbusters estrangeiros: de “007: Spectre” ao novo “Star Wars”.