O que é que Pernambuco tem?

GUILHERME GENESTRETI

“Tem ali em Pernambuco um forte incentivo à produção do cinema, que se reflete na liberdade dos realizadores. E muitos talentos que souberam se aproveitar desses benefícios.”

É com o a atriz Maeve Jinkings resume o sucesso de crítica do atual cinema pernambucano, muitas vezes considerado o melhor do Brasil. Maeve acompanha de perto o movimento: participou de dezenas de curtas de diretores do Recife e foi um dos destaques de “O Som ao Redor” (2012), de Kleber Mendonça Filho, um dos títulos mais elogiados dessa safra.

Na última sexta-feira (30), a “TV Folha”  recebeu a “musa do cinema pernambucano” para uma conversa ao vivo. Maeve está em cartaz com “Amor, Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro, filme em que ela interpreta uma diva da música brega.

O bom momento da produção feita no Recife foi um dos temas da conversa, que pode ser conferida aqui.

Lar de cineastas como Paulo Caldas (“Deserto Feliz”), Lírio Ferreira (“Árido Movie”), Marcelo Gomes (“Cinema, Aspirina e Urubus”), Hilton Lacerda (“Tatuagem”), Cláudio Assis (“Febre do Rato”), além do já citado Kleber Mendonça Filho, Pernambuco se consagrou desde a retomada do cinema nacional, com o lançamento de “Baile Perfumado” (1997), dirigido pelos dois primeiros.

Com uma produção fortemente autoral, marcada pela crítica social e pela ousadia estética, cresceu longe do eixo Rio-SP e conquistou seu espaço com uma penca de prêmios em festivais nacionais e internacionais.

Pujança que é sustentada por leis de incentivo estaduais: no fim de 2014, a Secretaria de Cultura de Pernambuco, anunciou um edital de mais de R$ 20 milhões para o audiovisual no Estado, feito em parceria com o Fundo Setorial do Audiovisual, da Ancine. Para longas-metragens, o valor quase dobrou: saltou de R$ 4,9 milhões para R$ 9,8 milhões

Mas é só dinheiro público que explica o sucesso crítico do cinema feito na terra do Manguebeat? Para Maeve, vai além: “tem a  ver com a relação do povo de Pernambuco, sempre muito ligado à literatura, à música, à dança”, diz.

O tema ainda rende bastante e será tema de posts futuros.

Maeve Jinkings (esq.)  em cena de 'amor, Plástico e Barulho', de Renata Pinheiro
Maeve Jinkings (esq.) em cena de ‘amor, Plástico e Barulho’, de Renata Pinheiro